Uma das recordações que tenho da infância é a capacidade da D. Regina sempre saber o que nos receitar quando era preciso. Diante de tosse, resfriado, dor de cabeça, sempre havia um chá, erva, xarope, enfim, algo para solucionar o problema. Sempre que necessário havia consultas com a Dra. Ruth (mãe dos meus bons amigos Clodomir, Vladimir e Saulo). Entretanto, o dia a dia com quatro filhos pequenos, com idades bastante próximas, somado aos conselhos das vizinhas mais experientes – D. Virgínia e D. Nagime, entre outras – resultavam na capacidade de muitas vezes diagnosticar e curar os males da ‘molecada’.


Apesar de todo o conhecimento das ervas, chás e xaropes compartilhado nesta época, muito dele passado de geração a geração, nunca me disseram que correr seria bom para me livrar de um resfriado. Esta eu descobri sozinho.


Sábado, 18 de Junho. Após o vôo de uma hora entre São Paulo e Belo Horizonte, a sensação era que minha cabeça ia explodir. Na manhã do sábado, estava resfriado, congestionado, mas a variação de pressão durante o vôo piorou a situação. Chá descongestionante antes de dormir, nada de ar-condicionado e pensamento positivo para o dia seguinte.


Começamos cedo no domingo. A preparação para a prova inicia acordando cedo, muito cedo. Depois do café da manhã nos deslocamos para o local da prova, onde às 08h aconteceu a largada. Se fosse um dia de treino não teria saído da cama, mas este era um dia especial, dia de correr 10 milhas, ou, aproximadamente, 16 quilômetros.


Sentindo-me cada vez melhor durante a prova, percorri todo o percurso sem cansaço e com disposição para completar uma meia maratona se este fosse o caso. Não era, mas a vontade era de ir mais longe.


Conclui a prova ao lado do entusiasmado Fabio Mozeika (Vício de Correr) e da triatleta Márcia Ferreira, que me esperava na placa de 500 metros para chegada. Assim como o Zeca (Equipe Ztrack) tem treinado eu e a Fabiana, em São Paulo, a Márcia (Equipe Márcia Ferreira) treina o Lucas e a Valéria.


Foi simplesmente indescritível finalizar a prova tão bem acompanhado e ser recebido pela Dani, minha esposa, logo após a linha de chegada. Muito bom.


Ao final da prova o sol já nos esquentava. O dia estava lindo em Belo Horizonte. Para completar a cesta de coisas boas, o mal estar tinha ido embora. A corrida ajudou a curar o resfriado.


Marlon Kotai

 

 

 

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